domingo, 9 de agosto de 2015

O que você acha de ordenação feminina (mulheres pastoras)? No seu ponto de vista a bíblia permite ou não?

Incentivado pela esposa, inicio o presente blog,vou aqui, na medida das perguntas que forem surgindo dialogando sobre dúvidas a respeito de religião, sobretudo o Cristianismo.

Para começar parto da pergunta feita por uma amiga:

O que  você acha de ordenação feminina (mulheres pastoras)? No seu ponto de vista a bíblia permite ou não?

Essa pergunta já permite dar uma "viajada" legal. Primeiro pelo uso do termo "ordenação" e segundo por vir a pergunta de uma colega de origem evangelical. ou seja, de denominações que não tem ordenação!

Desculpem a "viajada", mas ela será necessária!

O que dentro da linhagem batistas e derivadas de sua teologia acontece (basicamente todas outras denominações evangélicas) é a consagração, que implica em escolher um dos membros da comunidade (pelo menos originalmente) a ser quem vai ser o pastor e alguns que serão também consagrados a diáconos.

Isso se deu pela cisão com a saída e rompimento com as práticas da igreja (reformada/protestante) da qual saiu a igreja da Inglaterra.

E quais eram essas práticas? 

  • Sacramentos - ´Primeiro entendamos o que é sacramento! sacramento É tudo aquilo que tem uma realidade espiritual, atraindo ou manifestando a graça de Deus. Para os que saíram sacramento e rito sacramental non ecxiste. Por isso, a ceia é só um memorial, nada especial ou espiritual acontece ou pode acontecer, só para ilustrar uma das implicações...
  • A divisão da igreja em clericato e laicato - Os que são ordenados (rito da ordenação), ingressam no conjunto daqueles designados divinamente para o tríplice ministério legado pela Tradição e seguindo a tão famosa sucessão apostólica, compartilhada pela igreja anglicana, romana e ortodoxas: diáconos, presbíteros e bispos (que ordena todos os outros). Em suma mulheres não fazem parte do clero! Freiras e madres não são sacerdotisas/clérigas.
    Como ordenação para os que saíram não existe, a prática é da consagração, que é a investidura de um individuo a posição de líder da comunidade para ensinar sobre a bíblia (pastor) e outros que irão ajudar-lo (diáconos). E detalhe cada comunidade elegia os seus e estes só tinham essas posições em sua comunidade.

As outras práticas não irei comentar, pois não importam a essa questão... E então começamos a segunda parte, a Tradição em geral, não admite ordenação feminina, assunto esse que foi e é matéria de muita discussão, justamente porque não existe base bíblica para ordenação de mulheres.


Porém, como dizem, toda regra tem exceção e das que seguem a Tradição e possuem sucessão apostólica, a Anglicana abre precedente. Dentro, do anglicanismo o conjunto de segmentos de uma país que possuem autonomia é chamado por província, e cada uma tem autonomia e independência da outra.

Algumas províncias 
entendendo que as mulheres sempre tiveram participação na proclamação do evangelho, como demonstrado desde a ressurreição de Cristo e demonstrado em tantas saudações e menções de Paulo a uma Priscila (At 18:2,18,26; Rm 16:3;  1 Co 16:19), através de votação envolvendo clérigos e leigos decidem se irão aceitar ou rejeitar a ordenação feminina.

No Brasil tal fato ocorre a mais de 3 décadas, na Inglaterra é mais recente. E aqui 2 fatos curiosos:
  1. Pastor, dentro da Tradição, é aquele quem possui o cajado pastoral: o bispo; logo não é o presbítero(a) que chamado também por padre.(Se eu tivesse sido ordenado minha esposa seria mulher do padre XD)
  2. Mulher ordenada ao presbitério é estranhamente chamada também de "padre" XD, pois "madre" é titulação de convento de freiras, e estas não fazem parte do clero.

Por sua vez, nas que não existe sacramento (ordenação), e tem seus lideres eleito e consagrados pelo reconhecimento de sua capacidade pela comunidade, nada mais natural que aceitar a consagração de mulheres reconhecidamente líderes e capazes de ensinar sobre a Palavra.


Minha opinião

É postulado que a igreja reformada está sempre se reformando, para aperfeiçoar o servir e proclamar a Palavra. E como tal, para mim nada mais justo que conceder o "privilégio" da ordenação às mulheres. Quanto a consagração também não vejo problemas pois é reconhecimento do poder e capacidade de liderança das mulheres.

Um comentário:

  1. Muito obrigada pela resposta! me sinto menos ignorante hoje do que ontem! XD

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